"Ter fé é assinar uma folha em branco e deixar que Deus nela escreva o que quiser."
Frase espetacular de Agostinho, que carregava a experiência de alguém que conheceu algo maior que a sua própria capacidade cognitiva de criar realidades para diminuir a avassaladora sensação de vazio o incompletude da alma. Pensamento que expressa a confiança em algo além que si próprio, de uma realidade que vai além do que os olhos podem ver, do que os ouvidos podem ouvir ou a boca pode falar. A fé que Agostinho expressa não era uma fé infantilizada por um simples desejo de troca e amortização de estado de físico, moral, financeiro ou sobre sua saúde. Sua fé era baseada numa verdade que sempre existiu, que vai além da religião ou da leitura e interpretação que vem de dentro para fora, ao em vez de fora para dentro. Ele ouvia a Palavra e não tentava traduzi-la conforme a sua experiencia de vida. Logo qualquer conhecimento obtido por meio dos sentidos não deve sair de dentro para fora, com um pré julgamento, mas precisamos ter os sentidos puros para ver e ouvir além do que as religiões e culturas tem como plano de fundo. É preciso de sinceridade e pureza para ouvir a Voz do Verbo Vivo e não se traduzir pelas próprias angustias e desejos. Nossa grande dificuldade nos dias atuais é de deixar o Altor da vida com a caneta e papel em suas mãos. Queremos sempre inferir informações e desviar a historia conforme nossa vontade, temos fé até o ponto que podemos controlar. Pegamos a folha em branco, escrevemos, e depois pedimos para Deus vir colorir porque já rabiscamos tudo. Nossa dificuldade é querer ser escritores ou interpretes de coisas além de nós, quando deveria se apenas confiar.
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